terça-feira, 7 de abril de 2015

SOBRE O FUTURO

Via Society6
"O que você quer ser quando crescer?", me vi perguntando para minha prima de 5 anos. "Médica dos dentes", ela me respondeu. A família vibrou positivamente, exceto seu pai, que não quer ver os filhos indo estudar fora enquanto podem escolher qualquer curso existente na própria cidade em que eles moram. Um tempo depois algo começou a martelar em minha cabeça: ensinamos nossas crianças a tomarem decisões e a traçarem caminhos a serem percorridos pelo resto de sua vida. No colegial, adolescentes sofrem na tentativa de escolher uma profissão. Os critérios são muitos, e a pressão de professores, pais e amigos é grande. Eu passei por isso e vi muitos colegas na mesma situação. Ouvi, um dia, alguém dizer que precisava escolher logo, porque os pais não aceitariam que ela ficasse parada após o fim do ensino médio. Mas hoje me pergunto como podemos colocar sobre seres tão inexperientes a responsabilidade da escolha do 'para sempre'. Como eles podem saber o que os fará felizes sem experimentarem antes? 

Quando criança, eu queria ser cientista. É claro que sei que muitas profissões abrem portas para a área da pesquisa, mas naquela época ser cientista pra mim era observar animais e estudar plantas. Mas eu também amava escrever e depois de um tempo descobri que gostava de desenhar e pintar também.  Entre a infância e a época de vestibulares, pensei em ser jornalista, bióloga, cantora - sim, que menina nunca sonhou em ser uma estrela? -, mas no fim das contas acabei optando por Engenharia Ambiental, que aos poucos tem me mostrado que o curso não é nada daquilo que eu imaginava e ainda assim tem me despertado muito interesse. Apesar disso, voltei a escrever e a arte voltou a bater à minha porta.

A minha pergunta é: como podemos exigir que os jovens escolham apenas um caminho para o sucesso, quando a felicidade pode estar presente em tantos desvios? A minha priminha pode mudar de ideia quanto a profissão que quer exercer. Ela pode escolher ser acrobata, dançarina, professora, engenheira ou dentista mesmo. Ela pode ser médica e escrever um livro de romance nas horas vagas. Pode seguir carreira militar e ser pintora ao mesmo tempo. Ela pode ser o que quiser e nós também. 
Para o meu futuro eu quero sucesso, mas sucesso pode significar muita coisa. Se o que eu estiver fazendo me fizer sorrir, se mesmo sendo cansativo me fizer acordar todos os dias bem disposta, então saberei que sou bem sucedida, ainda que a minha conta bancária não esteja tão recheada. 

10 comentários:

  1. Ótimo texto, sempre idealizei muita coisa pra mim e sempre sonhei muuito alto, hoje em dia não deixo de sonhar, mas a única coisa que tenho certeza que quero pra mim no futuro é algo que me faça muito feliz!
    Blog Luísa Tavares | Fan Page

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    1. Sonhar nos move, mas ser feliz é sempre o mais importante, né? Independente de onde, e com quem :)
      Beijos da Bru <3

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  2. Sabe, sempre pensei nessa "imposição", acho que boa parte da confusão na nossa cabeça... é que nossos pais/tios, pessoas próximas... acabam colocando seus sonhos - em boa parte frustrados - como coisa certa. Sei disso, por que aos 24 anos... larguei engenharia e fui fazer publicidade, já que finalmente me senti livre o bastante pra isso.

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    1. Nossa, Luana, você falou uma coisa muito certa: a frustração dos adultos acaba pressionando os jovens de forma totalmente negativa... Muito corajoso da sua parte abandonar o que te disseram que era certo pra seguir o que te faz feliz :)

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  3. Que texto lindooo! Adorei sua pergunta, realmente a felicidade tem MUITOS caminhos e demoramos para ter maturidade suficiente para sabermos qual queremos seguir. O mais importante é ser feliz mesmo (:
    Amei o post! Um beijo

    http://dicasparatodas.blogspot.com.br/

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    1. Fico muito feliz que tenha gostado, Mari! Se vários caminhos nos trazem a felicidade, então não há problema nenhum em sermos eternos viajantes, não é mesmo?
      Beijos da Bru <3

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  4. Adorei o texto! Infelizmente há essa pressão e imposição da família em relação ao que a pessoa quer ser. O que eu percebo muito onde eu moro é que se você não fizer uma faculdade, não vai ser ninguém na vida.
    Enfim... ótimo texto como sempre!

    Beijo =*
    www.rebastos.com.br

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    1. Essa pressão de "tem que fazer faculdade senão vai ser eternamente desempregado" é muito comum onde cresci também!
      Ah, sua linda, muito obrigada! :)
      Beijos da Bru <3

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  5. acho que é normal a indecisão, a pressão realmente conta muito, mas a nossa própria perspectiva para o futuro é que nos deixa mais indecisos. sempre fui louca para fazer educação física, pela comodidade e praticidade, aos 16 entrei em ciências naturais, desisti um ano depois, hoje faço pedagogia novamente pela praticidade e carencia onde resido, uma vez que "se mudar" ficou fora de questão depois que casei. Vou prestar vestibular esse ano para contabilidade na esperança de um salário melhor mediante concurso público. Isso mostra o quanto ainda estou indecisa kkkk, mas que o objetivo é o mesmo, uma boa profissão que renda pela minha dedicação.
    xero

    Desconstruindo blog

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    1. Eu também sou/estou indecisa quanto ao que quero para o meu futuro, mas, como disse no texto, o que vale é estar feliz, né?
      Sucesso pra ti!
      Beijos <3

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